sábado, 9 de outubro de 2010

AMAR É

Talvez seja meu único
E redentor
Quem sabe?
Acabe e nada mais desabe
Além da fantasia
Comprada em atacado
E distribuída no varejo
Da esperança.
O sal
O céu
Mar
Amar
Armar
Carmas
Armas
Lamas
E amas,
Desamas
Reamas
E no fim
Já desanimas.
Almas
Mistificadas
Mumificadas
Fincadas nos solos
Agrestes do sonho.
E quando me proponho
Vencendo o quanto resta
De ilusão no carcomido
Peito de um poeta,
Esgarço a torpe juventude
Que teima, e não descansa,
E não alcança
Realça
A primavera
Temporã.
Um gole
Um bar
Engole
O mar
E mareado
Anseios
Vários
Dias fartos
Cartas sobre a mesa
Amar é
Maré
Até
Que se renove
Sem nada e move
Gerando o caos
O vão e o trafegar
Em contramão
Olhar no retrovisor
E vislumbrar
A dor
Sem lume
Sem rumo
E sem talvez.
Jogando as cartas
Cantando as pedras
Somando as perdas,
Aprendo?
Tento.
Invento
E marco
Arco com erros
Enganos e fastios.
Poeta?
Poente.
Prometa
E alente,
Mas quando vejo
Tudo em vão
Repete a ação
Reflete a face
Especular
Anseio
Num tumular
Alheio
Devaneio
Espero
E sei do fim.
Concebo
O placebo
E se recebo
Percebo
A luz ao fim do túnel?
Não tanto
Nem tento
Garanto?
Atento...

ÉTICA

Versos fúteis
Dias tanto
Medo pranto
Acaso
Ocaso
Caso
Venha
Senha
Assanha e lanha
Costas
Castas
Ideologia?
Ideia
Aldeia
E nada mais pudera
Ao ver a face
Disfarce
Embace
Abrace
Alce
Realce
Revele.
Estrela ao vê-la
Permito
Finito caminho
Desejo sincero
E quero
Esmero
A cara da fome
O tanto que tome
A santa
Hipocrisia.
Caquética
Hermética
Herética?
Ética...
Aonde andará?

SAUDADES E AMOR


Saudade
Amor revivido
Renovado
Refeito em caminhada
Idêntica?
Talvez.
Consonante
E conseqüente
No que vente
No que atente
Plena mente,
Mas não mente
Nem se omite
Redime.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CAÓTICA VISÃO CATÓLICA

Católica heresia
Hipocrisia eu vejo
Caótico momento
Aonde em vão dardejo
O todo noutro rumo
E sei da velha face
Inquisidor caminho
Cenário se repete
E o quanto se reflete
Nas mãos conservadoras,
E sei dos mesmos passos
Enquanto no passado
Bebesse aristocrata
Figura burocrática,
E sem sentido algum
Vendendo um velho e tosco
Diadema como tema
De caos após o cais
E expele com furor
Draconiano templo
Dragões entre as senzalas
E nelas tanto exalas
As podres faces
Negaceando o rumo
De quem quisesse ser
Deveras mais cristão.
Encontro em Vaticanos
Os olhos mais venais
E nestes vendavais
As vendas são constantes,
Profetizando a dor
Invés da plena paz
E o canto mais mordaz
Alenta esta serpente,
Vilipêndios envoltos
Nos olhos mais revoltos
Da santa inquisição,
Mortalha reproduz
O quanto nega em luz
E vende a mesma cruz
Esquece a liberdade,
E esgota em temporais
Os dias sem futuro
O passo em solo duro
E o templo em funerais.

AREAL

Invado este areal
E teimo crer no oásis
Em meio aos mais desérticos
Cenários: solidão,
Hermético passado
Ausência de futuro
E sei da discrepância
E nada mais teria
Senão a noite fria
Em pleno vendaval.
Ainda vejo além
O amor que não mais vem
E o caos gerado após.
Aposto o quanto possa
E a fossa se abre assim
Tramando o quanto pude
Em rude serenata
A mata dissolvida
Essência desta lida
Contida entre sinais,
E pude acreditar noutra insensata
Visão que tanto expõe
E contrapõe meu passo
Envolto no cansaço
Que tanto não resgata
E gera em discordância
Futuros onde eu pude
Vestir a sorte e mude
As penas entre apenas
Cenários mais atrozes.
Amar e ser feliz?
O quanto não condiz
Com toda a expectativa
E a sorte ainda criva
Em dores sem proveito
Do leito onde deleito
E volto; estaca zero
Aonde o que mais quero
Já não se vendo em rastro,
E quando além alastro
A marca se transcende
E nada mais depende
Senão do meu engano,
E sempre que me dano
Ousando a plena luz
E o vago reproduz
O todo num instante
E sei do degradante
Caminho ao que fiz jus.
Já não comportaria a tempestade
Sequer o meu caminho ainda evade
O passo sem sentido e direção,
E sinto agora extinto o ledo instinto
E quando aquém me pinto
Esbarro na aquarela
Revela a sorte e o caos
Nos ermos mais atrozes
Em termos vagos, maus.