MÓRBIDO
Eu sei que meu caminho está no fim,
Por isso é que despejo este soneto
São versos que ao vazio, eu arremeto,
Tentando alguma flor; pobre jardim.
A morte me rondando, diz que sim,
Os erros tão freqüentes que cometo,
No fundo, estou sem tempo, mas prometo,
Em pouco tempo acaba tudo, enfim...
Houvesse alguma chance de sonhar,
Vagar por mil estrelas; nebulosas,
As horas tão sutis e melindrosas,
Numa esperança sólida embarcar...
Mas sei que no final não serei nada,
A carne apodrecida e destroçada...
MARCOS LOURES
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